ESTUDO SOBRE O CORYNEBACTERIUM DIPHTHERIAE. I - FERMENTAÇÃO DA SACAROSE POR BACILOS DIFTÉRICOS VIRULENTOS ISOLADOS EM SÃO PAULO

Autores

  • Dacio de Almeida Christovão

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2358-792X.v11i1p97-114

Resumo

O autor, em 1950, comunicou ao V Congresso Internacional de Microbiologia, reunido no Rio de Janeiro, o achado, entre 95 cêpas diagnosticadas indubitàvelmente como bacilos diftéricos virulentos, de 19 ou 20%, capazes de fermentar rápida e vigorosamente a sacarose. Não tendo sido publicados os trabalhos apresentados ao referido congresso, relata agora aquela investigaçã, assim como seu prosseguimento.Em estudo posterior, isolou mais 98 cêpas virulentas, encontrando 35, ou seja a elevada proporção de 35,7%, capazes de atacar aquêle açúcar. Assim, isolou em São Paulo, de casos clínicos de difteria, 193 cêpas virulentas de C. diphtheriae, das quais 54, ·ou 28% fermentaram a sacarose. Os ensaios de virulência foram realizadas intradermicamente em coelho, pela técnica de Frazer, a qual inclui a verificação da especificidade das reações positivas por segunda prova no mesmo animal, após sua proteção antitoxina diftérica. A ação sôbre a sacarose foi verificada pela inclusão dos contrôles apropriados, os quais excluíram a possibilidade do efeito observado ser devido quer a hidratos de carbono presentes nos meios básicos de cultura quer a enzimas sacarolíticas do sôro empregado nos mesmos meios. Tem sido negarla por inúmeros bacteriologistas a possibilidade do Coryneba: cterilm diphtheriae fermentar a sacarose. Êste açúcar tem ocupado posição chave na identificação bioquímica das corinebactérias, permitindo sua fermentação distinguir o diftéróide C. xerose do bacilo diftérico. A quase totalidade dos bons compêndios de bacteriologia, publicados até 1950, registrava opinião de acôrdo com êsse ponto de-vista. Dos livros editados desde então, alguns ainda mantêm igual afirmativa, parecendo ter a maioria, todavia, passado a admitir a capacidade de cêpas de bacilos diftéricos fermentarem aquêle hidrato de carbono. Quase todos, entretanto, dão a êste fato o cunho de excepcional, o que poderia levar ainda ao emprêgo da identificação ·bioquímica clássica das corinebactérias. Erros sérios adviriam daí ao conhecimento da incidência comprovada da difteria em locais, como São Paulo, onde tal fato absolutamente não corresponde à realidade.

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Publicado

1957-06-01

Edição

Seção

Não Definida

Como Citar

Christovão, D. de A. (1957). ESTUDO SOBRE O CORYNEBACTERIUM DIPHTHERIAE. I - FERMENTAÇÃO DA SACAROSE POR BACILOS DIFTÉRICOS VIRULENTOS ISOLADOS EM SÃO PAULO. Arquivos Da Faculdade De Higiene E Saúde Pública Da Universidade De São Paulo, 11(1), 97-114. https://doi.org/10.11606/issn.2358-792X.v11i1p97-114