O efeito do risco de informação assimétrica sobre o retorno de ações negociadas na BM&FBOVESPA

Autores

  • Leonardo Souza Siqueira Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Ciências Econômicas; Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em Administração
  • Hudson Fernandes Amaral Universidade de Lisboa; Instituto Superior de Economia e Gestão; Departamento de Gestão
  • Laíse Ferraz Correia Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais; Programa de Pós-Graduação em Administração

DOI:

https://doi.org/10.1590/1808-057x201705230

Palavras-chave:

risco informacional, retorno de ações, PIN, VPIN, precificação de ativos

Resumo

Este estudo buscou analisar a assimetria informacional no mercado de ações brasileiro e sua relação com os retornos requeridos de portfólios por meio da métrica volume-synchronized probability of informed trading. Para isso, o estudo utilizou dados reais oriundos das transações de 142 ações realizadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBOVESPA), no período de 1º de maio de 2014 a 31 de maio de 2016. Os resultados apontam um alto nível de toxicidade dos fluxos nas ordens dessas ações. Em análises por segmento de listagem na bolsa, os dados sugerem não haver indícios de que as ações dos segmentos teoricamente mais transparentes apresentam menor nível de toxicidade dos fluxos de ordens. A justificativa para esse achado reside na correlação negativa observada entre o valor de mercado das ações e o nível de toxicidade das ordens. Para testar o efeito do risco de informação assimétrica sobre o retorno das ações, um fator relacionado ao nível de toxicidade das ordens foi adicionado aos modelos de três, quatro e cinco fatores. Por meio do teste GRS, verificou-se que a combinação de fatores que otimiza a explicação dos retornos dos portfólios criados foi aquela que se valeu dos fatores mercado, tamanho, lucratividade, investimento e risco informacional. Para testar a robustez desses resultados, empregou-se o Average F-test em dados simulados pelo método bootstrap, sendo obtidas estimativas semelhantes. Observou-se que o fator relacionado ao índice book-to-market se torna redundante no cenário nacional para os modelos testados. Além disso, verificou-se que o fator relacionado ao risco informacional funciona como um complemento ao fator tamanho e que sua inclusão leva a uma melhora no desempenho dos modelos, indicando um possível poder de explicação do risco informacional sobre o retorno dos portfólios. Os dados sugerem, portanto, que o risco informacional é precificado no mercado acionário brasileiro.

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Publicado

2017-12-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Siqueira, L. S., Amaral, H. F., & Correia, L. F. (2017). O efeito do risco de informação assimétrica sobre o retorno de ações negociadas na BM&FBOVESPA. Revista Contabilidade & Finanças, 28(75), 425-444. https://doi.org/10.1590/1808-057x201705230