Correntes da felicidade: emoções, gênero e poder

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v11i1p61-81

Palavras-chave:

Emoções. Felicidade. Gênero. Poder. Internet.

Resumo

Na derradeira etapa de minha pesquisa sobre as normas da vida feliz, redireciono o foco investigativo das representações midiáticas para os tribunais emocionais da Internet. Apresento, neste artigo, a proposta de construção de um quadro de referência teórico-metodológico para a análise dos debates em torno da postura emocional de duas mulheres: uma prostituta que se declarou “feliz” com sua profissão, no material de uma campanha do Ministério da Saúde; uma mãe que revelou “detestar” a experiência da maternidade, em resposta a um desafio do Facebook. O exame da repercussão dos dois casos fornece um vívido panorama das implicações de ideais afetivos que, juntamente com outras forças disciplinares, constrangem e produzem identidades.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • João Freire Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Doutor em Literatura Brasileira pela PUC-Rio. Professor associado da Escola de Comunicação da UFRJ. Bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq (Nível 1D) e membro titular do Comitê de Assessoramento desta mesma instituição.

Referências

AHMED, S. The cultural politics of emotion. Nova Iorque: Routledge, 2012.

______. The promise of happiness. Durham: Duke University Press, 2010.

______. Willful subjects. Durham: Duke University Press, 2014.BARTHES, R. Roland Barthes par Roland Barthes. Paris: Seuil, 1974.

BEAUVOIR, S. Mémoires d’une jeune fille rangée. Paris: Gallimard, 1998.

______. Mémoires d’une jeune fille rangée. Paris: Gallimard, 2008.

BERLANT, L. Cruel optimism. Durham: Duke University Press, 2011.

CAMPBELL, S. Being dismissed: the politics of emotional expression. Hypatia, Malden, v. 9, n. 3, p. 46-65, 1994.

CVETKOVICH, A. Depression: a public feeling. Durham, NC: Duke University Press, 2012.

DILL, K. (Ed.). The Oxford handbook of media psychology. Oxford: Oxford University Press, 2013.

DOVELING, K; VON SCHEVE, C.; KONIJN, E. A. (Eds.). The Routledge hand-book of emotions and mass media. Nova Iorque: Routledge, 2011.

DIXON, T. From passions to emotions: the creation of a secular psychological category. Nova Iorque: Cambridge University Press, 2003.

DOUGLAS, E. R. Foucault, laughter, and gendered normalization. Foucault Studies, Copenhagen, n. 20, p. 142-154, dez. 2015. DOI: http://dx.doi.org/10.22439/fs.v0i0.4934

FISCHER, A. H.; JANSZ, J. Reconciling emotions with Western personhood. In: GRECO, M.; STENNER, P. (Eds.). Emotions and social theory: a reader. Nova Iorque: Routledge, 2008. p. 166-186.

FREIRE FILHO, J. A comunicação passional dos fãs: expressões de amor e de ódio nas redes sociais. In: BARBOSA, M.; MORAIS, O. (Eds.). Comunicação em tempo de redes sociais: afetos, emoções, subjetividades. São Paulo: Intercom, 2013. p. 127-154.

______. A felicidade na era de sua reprodutibilidade científica: construindo “pessoas cronicamente felizes”. In: FREIRE FILHO, J. (Ed.). Ser feliz hoje: reflexões sobre o imperativo da felicidade. Rio de Janeiro: FGV, 2010a. p. 49-82.

________. A tirania da positividade: formas e normas da vida feliz no Globo Repórter. In: GOMES, I. M. M. (Ed.). Análise de telejornalismo: desafios teórico-metodológicos. Salvador: UFBA, 2012a. p. 75-96.

______. “Autoestima é tudo”: anotações para um Dicionário de ideias feitas sobre a felicidade. In: RIBEIRO, A. P. G.; FREIRE FILHO, J.; HERSCHMANN, M. (Eds.). Entretenimento, felicidade e memória: forças moventes do contemporâneo. São Paulo: Anadarco, 2012b. p. 15-64.

______. Era uma vez o “país da alegria”: mídia, estados de ânimo e identidade nacional. Intexto, Porto Alegre, n. 34, p. 401-420, 2015.

______. Fazendo pessoas felizes: o poder moral dos relatos midiáticos. Trabalho apresentado ao GT Comunicação e Sociabilidade. In: ENCONTRO DA COMPÓS, 19., 2010, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: Compós, 2010b.

______. O circuito comunicacional das emoções: a Internet como arquivo e tribunal da cólera cotidiana. In: ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS, 38., 2014, Caxambu. Anais... Caxambu: Anpocs, 2014.

______. O poder em si mesmo: jornalismo de autoajuda e a construção da autoestima. Revista Famecos, Porto Alegre, v. 18, n. 3, 2011, p. 717-745. DOI: http://dx.doi.org/10.15448/1980-3729.2011.3.10379

FREIRE FILHO, J.; LEAL, T. “Mas por que, afinal, as mulheres não sorriem?”: jornalismo e as razões da (in)felicidade feminina. Ciberlegenda, Rio de Janeiro, n. 33, p. 8-20, 2015.

FRYE, M. A note on anger. In: ______. The politics of reality: essays in feminist theory. Nova Iorque: The Crossing Press, 1983. p. 84-94.

HOCHSCHILD, A. R. The managed heart: commercialization of human feeling. Berkeley: University of California Press, 2012 [1983].

______. The sociology of emotion as a way of seeing. In: BENDELOW G.; WILLIAMS, S. J. (Ed.). Emotions in social life: critical themes and contemporary issues. Nova Iorque: Routledge, 2005. p. 3-15.

ILLOUZ, E.; GILON, D.; SHACHAK, M. Emotions and cultural theory. In: STETS, J. E.; TURNER, J. H. (Eds.). Handbook of the sociology of emotions. Dordrecht: Springer, 2014. v. 2, p. 221-244.

JAGGAR, A. M. Love and knowledge: emotion in feminist epistemology. Inquiry, Chicago, v. 32, n. 2, p. 151-176, 1989.JOÃO DO RIO. A rua. In: ______. A alma encantadora das ruas. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. p. 28-52.

LOVE, H. Feeling backward: loss and the politics of queer history. Cambridge, MA: Harvard University Press, 2007.

NABI, R. L. Emotion, media, and our social world. In: OLIVER, M. B.; RANEY, A. A. (Eds.). Media and social life. Nova Iorque: Routledge, 2014. p. 3-15. NGAI, S. Ugly feelings. Cambridge, MA: Harvard University Press, 2005.

NUSSBAUM, M. Emotions and social norms. In: NUCCI, L.; SAXE, G. B.; TURIEL, E. (Eds.). Culture, thought, and development. Nova Jersey: Psychology Press, 2000. p. 41-63.

POTKAY, A. The story of joy: from the Bible to late Romanticism. Cambridge: Cambridge University Press, 2007.

ROSEN, R. M.; SLUITER, I. (Eds.). City, countryside, and the spatial organization of value in Classical antiquity. Boston: Brill, 2006.

SCHNOG, N. Changing emotions: moods and the nineteenth-century American woman writer. In: PFISTER, J.; SCHNOG, N. (Eds.). Inventing the psychological: toward a cultural history of emotional life in America. New Haven: Yale University Press, 1997. p. 84-108.

WILLIAMS, R. The country and the city. Nova Iorque: Oxford University Press, 1975.

WINTERHOFF-SPURK, P.; VAN DER VOORT, T. (Eds.). New horizons in media psychology: research cooperation and projects in Europe. Berlim: Springer-Verlag, 2013.

WIRTH, W.; SCHRAMM, H. Media and emotions. Communication research trends, Santa Clara, CA, v. 24, n. 3, p. 3-39, 2005.

Publicado

2017-04-30

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

Freire Filho, J. (2017). Correntes da felicidade: emoções, gênero e poder. MATRIZes, 11(1), 61-81. https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v11i1p61-81