Inclusão de mulheres camponesas na universidade: entre sonhos, desafios e lutas

Autores

  • Wender Faleiro Universidade Federal de Goiás
  • Magno Nunes Farias Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.1590/s1517-9702201707168124

Palavras-chave:

Educação popular, Educação do Campo, Gênero, Empoderamento

Resumo

A educação do campo surge a partir dos movimentos sociais, e busca propiciar, além de uma formação específica e qualificada para as escolas rurais, a inclusão de camponeses na educação superior. Assim, possui caráter de ação afirmativa, pois objetiva diminuir a desigualdade histórica de acesso à educação dos povos do campo. No presente estudo, volta-se o olhar às mulheres do campo, ingressantes na primeira turma (2014) de licenciatura em educação do campo (LEdoC) da Universidade Federal de Góias, Regional Catalão (UFG-RC), com o objetivo de analisar se o ingresso dessas mulheres no ensino superior contribuiu para a transformação e superação das relações sociais patriarcais. A pesquisa é qualitativa, e foram aplicados 24 questionários. O perfil das mulheres é de idade superior a 30 anos, moradoras da zona rural ou municípios rurais, casadas, afrodescendentes ou brancas, e com filhos. A inserção na LEdoC causou grandes impactos na vida dessas mulheres e na consolidação de suas identidades, qualificando-as e empoderando-as como mulheres capazes de transformar as relações patriarcais do campo. O processo de inserção na licenciatura, ao mesmo tempo em que faz com que essas mulheres tomassem outros papéis sociais e começassem a se reconhecer com sujeitos, a partir da valorização dos seus saberes e de seus modos de vida, também contribui para a transformação de uma marca cultural (o patriarcado) que assola a cultura camponesa. Assim, há um processo de valorização cultural de forma crítica, rompendo relações de dominação, inferiorização e subordinação dessas mulheres.

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Publicado

2017-09-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Inclusão de mulheres camponesas na universidade: entre sonhos, desafios e lutas. (2017). Educação E Pesquisa, 43(3), 833-846. https://doi.org/10.1590/s1517-9702201707168124